Circutor | 17 de Maio de 2023
O rápido desenvolvimento dos componentes principais dos sistemas fotovoltaicos de autoconsumo para equipamentos mais eficientes e menos dispendiosos (tanto a nível das placas de geração fotovoltaica, como dos inversores para a conversão CC/CA), bem como a razoável e esperada modificação da regulação nacional (que flexibilizou e simplificou, de forma significativa, os trâmites e exigências para a auto-geração fotovoltaica), estão a causar um aumento impressionante e imparável da implementação de sistemas de autoconsumo. E isto acontece não apenas no âmbito doméstico, mas também em maiores consumidores energéticos a nível industrial e de serviços.
Os benefícios deste aumento do autoconsumo em instalações de certa potência são inegáveis, tanto para conseguir os objetivos indicados de redução de emissões de CO2, como para reforçar a geração distribuída. Assim, aumenta a eficiência global da rede de transmissão e distribuição da energia. Correlativamente, reduzem-se os gastos energéticos, aumentando, assim, a produtividade das atividades.
Não obstante, do ponto de vista dos sistemas de compensação de reativa que possam estar instalados, ou que vão ser instalados, é importante ter em conta uma série de considerações que podem provocar o seu mau funcionamento. Algo que inclusivamente pode dar azo a penalizações por excesso de consumo de reativa que, até à implementação do sistema de autoconsumo, não estão a acontecer.
A instalação de um sistema de geração elétrica fotovoltaica para autoconsumo pode gerar o mau funcionamento dos equipamentos de compensação de reativa existentes. É essencial conhecer essas consequências para evitar penalizações inesperadas.
A prática na totalidade dos problemas que podem surgir têm a sua origem no conceito básico. Ao instalar um sistema de autoconsumo reduzimos, em função da potência injetada por este a cada momento, o consumo de energia ativa (kWh) da rede (o registo pelo contador da companhia elétrica) relativamente ao qual existiria nas mesmas condições de carga sem a geração fotovoltaica.
Em função da percentagem de geração autónoma relativamente ao consumo total das nossas cargas, podem aparecer diferentes problemáticas relativamente à compensação de reativa que basicamente se podem resumir nas seguintes:
Para uma melhor compreensão deste assunto, consideraremos em seguida diferentes possibilidades de ligação e comentaremos a possível problemática associada. Em todos os casos assumir-se-á que o inversor está a gerar exclusivamente potência ativa (kW), ou seja, está configurado para gerar em cos fi = 1, tal como determina atualmente o REBT. Portanto, toda a potência reativa (geralmente indutiva) consumida pelas cargas é consumida da rede elétrica.
Os principais riscos associados a este modo de ligação seriam os seguintes:
O exemplo seguinte pretende clarificar o motivo destes possíveis problemas, considerando uma instalação com as seguintes condições de consumo estável:
Este modo de ligação pode apresentar uma determinada problemática no funcionamento da bateria de condensadores. Os transformadores de corrente que proporcionam sinal de medição ao regulador automático só leem o consumo de potência ativa não gerado pelo autoconsumo, não a totalidade da potência reativa das cargas a compensar. Se a percentagem da potência ativa transmitida pelo autoconsumo é baixo ou médio relativamente ao consumo total das cargas, o funcionamento do regulador será com elevada probabilidade correto. Mas, por outro lado, a auto-geração pressupõe uma elevada percentagem do consumo total, existe um elevado risco de mau funcionamento do regulador.
Os principais riscos associados a este modo de ligação seriam os seguintes:
O exemplo seguinte pretende clarificar o motivo deste possível mau funcionamento do regulador, considerando novamente uma instalação com as seguintes condições de consumo estável:
Uma possível solução passa por tentar evitar pelo menos o mau funcionamento do regulador, baseia-se em converter a tipologia #2 na tipologia #1 para assegurar que o cos pi que mede o regulador seja o real da instalação, calculado sobre o consumo total de kW da cargas a compensar, independentemente de se consumir da rede ou se é auto-gerado.
Para tal, uma opção é instalar outros T.C medindo a potência gerada pelo autoconsumo e levar o seu sinal de secundário, juntamente com os T.C. da entrada para um transformador somador 5+5/5 A (modelo TSR-2 da CIRCUTOR), cujo sinal de secundário é o que proporcionará a medição de intensidade ao regulador de reativa. De acordo com o refletido na Tipologia de ligação #3.
Método de compensação avançado
A solução mais eficaz e que asseguraria uma correta compensação de reativa independentemente do estado de funcionamento, características e ponto de ligação do sistema de autoconsumo, é a instalação, como sistemas complementar de compensação, de geradores estáticos de reativa modelo SVGm.
Uma análise detalhada das necessidades de compensação ajudar-nos-á a determinar o equipamento SVGm mais adequado a ser implementado na nossa instalação e evitar as penalizações que possam aparecer e não sejam contornáveis com um sistema convencional de bateria de condensadores. Bem como determinar a viabilidade económica da sua instalação.
As principais prestações destes equipamentos geradores estáticos de reativa SVGm são as enumeradas em seguida:
Uma possível tipologia de ligação do equipamento SVGm na nossa rede elétrica seria a indicada na Tipologia#4, mas existem outras, em função dos requisitos específicos que apresente cada instalação e que devem ser analisados de forma particular para cada caso.
Conclusões gerais sobre a compensação de reativa em instalações onde foi incorporado um sistema de autoconsumo
Poderíamos enumerar as seguintes considerações principais sobre este tema:
A CIRCUTOR, o seu mais fiável aliado perante qualquer necessidade referida no campo da compensação de reativa e da filtração de harmónicos
Regulador de energia reativa Computer C Wi-Fi
O regulador é o elemento chave para gerir a compensação de reativa indutiva e assegurar o funcionamento das baterias, mediante diferentes avisos e alarmes que assegurem a sua correta supervisão, monitorização e controlo.
Gama de transformadores de medição de corrente
A instalação de transformadores de corrente permite que os diferentes equipamentos de medição proporcionem dados fiáveis e rastreáveis sobre a evolução dos consumos e processos produtivos nas instalações elétricas.
Gama de transformadores somadores de corrente
Usados para somar a corrente de várias linhas elétricas de corrente alternada para obter uma corrente de saída comum proporcional à soma de todas. Permite medir a corrente de várias linhas num só equipamento.
ESCRITO POR CIRCUTOR