Os processos produtivos atuais foram incorporando sistemas muito mais eficientes graças à evolução da eletrónica de potência. Por outro lado, este tipo de soluções gera perturbações que, em algumas ocasiões, provocam o disparo intempestivo dos diferenciais sem qualquer motivo.

No vídeo seguinte, descrevemos-vos as causas que podem gerar um disparo intempestivo e que soluções pode instalar para evitar que isto ocorra, assegurando a continuidade de fornecimento da sua instalação e evitando sobrecustos.

Que prestações deve ter um diferencial para evitar disparos intempestivos?

Grande parte dos disparos de diferenciais em instalações industriais devem-se às novas tecnologias aplicadas nas cargas conectadas. Atualmente, muitas delas dispõem de eletrónica de potência para o seu controlo que melhoram o seu rendimento, mas geram uma série de inconvenientes para a instalação. Cargas tais como variadores de velocidade, inversores solares ou carregadores de veículos elétricos são alguns exemplos deste tipo de tecnologia.

Este tipo de cargas necessita de ligação de filtros EMI para não acoplar ruído elétrico à instalação de modo a assegurar o seu funcionamento. Por outro lado, simplesmente pelo facto de estarem conectados, geram fugas para terra, aumentando em função do nível de tensão da instalação e, inclusivamente, perante a presença de harmónicos de tensão, podendo disparar intempestivamente a proteção diferencial.

Por este motivo os diferenciais devem estar preparados para evitar disparos indesejados, causados pelo funcionamento normal das cargas, inclusivamente para descartar outros fenómenos transitórios que ocorrem na conexão ou desconexão das cargas.

RGU-10A

Como evitar disparos intempestivos da proteção diferencial

Para evitar disparos intempestivos na sua instalação recomendamos instalar relés de proteção ultraimunizados uma vez que as prestações que adicionam a este tipo de solução permitir-lhe-ão assegurar ao máximo a continuidade de fornecimento, evitando paragens produtivas que afetem o rendimento económico da sua atividade.

Por esta razão, o novo relé de proteção diferencial tipo A RGU-10A vem cobrir estas necessidades mediante três características que transmitem uma maior garantia para assegurar a continuidade do serviço:

Margem de disparo ajustado a 85% do valor de fuga

Os dispositivos sem sistemas ultraimunizado podem disparar devido a uma fuga superior a 50% do seu calibre como exige a normativa de diferenciais, podendo produzir um disparo com uma corrente de fuga muito inferior ao limite de disparo. Em quadros de distribuição onde existem várias linhas, poderia dar-se o caso que a acumulação de fuga para terra ser inferior a 30 mA e que o dispositivo dispare a partir de 15 mA, um limite muito inferior aos 30 mA a partir dos quais a corrente começa a ser perigosa para o ser humano.

Portanto, existe uma fuga real que não é perigosa para as pessoas e nem para a instalação que está a fazer disparar o diferencial, provocando paragens de serviço e custos indiretos à instalação.

Para evitar este efeito, propomos a instalação de interruptores diferenciais ultraimunizados, os quais garantem o disparo a partir de 85% do calibre do interruptor. Ou seja, seguindo como o exemplo, anterior, estes dispositivos asseguram o disparo a partir de correntes superiores a 25 mA e nunca excedendo os 30 mA exigidos pelo sistema de proteção, aproximando ao máximo o nível de disparo ao calibre real do dispositivo de proteção diferencial.

Os diferenciais ultraimunizados oferecem uma melhor resposta em frequência devido ao facto de discriminarem todas as fugas com frequência superior a 50/60 Hz. As correntes em alta frequência podem afetar a medida do transformador toroidal, chegando a provocar perdas incorretas e disparos intempestivos.

Por este motivo, ao “torná-los visíveis” perante correntes harmónicas, garantimos a continuidade de fornecimento, disparando apenas com valores reais de fuga a 50 Hz.

Os diferenciais ultraimunizados não são afetados por perturbações transitórias que possam aparecer em instalações elétricas como, por exemplo, as associadas a fatores meios ambientais como, por exemplo, quedas de raios ou as criadas por comutações de cargas presentes na instalação, quer sejam de caráter indutivo ou capacitivo.

É habitual que a rede de distribuição se veja afetada por fenómenos externos como, por exemplo, quedas de raios, que induzam sobre correntes fugazes ou transitórias, que se despejam num tempo muito rápido. Estas perturbações podem conseguir afetar os diferenciais que não estão preparados para tratar este tipo de sinais, chegando a gerar um disparo intempestivo.

Por esta razão, o sistema ultraimunizado assegura a continuidade de fornecimento, não afetando os diferenciais instalados quando aparece um efeito transitório de até 3 kA e 8/20 µs de duração.

Mais fácil de interpretar

O relé de proteção diferencial RGU-10A faz com que, todavia, seja mais fácil a interpretação dos dados do que o seu antecessor RGU-10. O seu ecrã retroiluminado muda de cor em função do estado do dispositivo para identificar o estado da linha a medir, de um só olhar, mostrando-os em vermelho quando o relé tiver disparado por acumulação de fuga, em amarelo quando o nível de fuga ultrapasse o limite de pré-alarme, em azul quando está em modo de programação e em branco quando se encontrar em monitorização sem alarme.

O nível de pré-alarme é totalmente ajustável a um valor de consignação personalizado de 20% a 100% da sensibilidade de disparo ajustada permitindo, antes de chegar ao ponto de disparo realizar uma manutenção preventiva, antecipando uma paragem da instalação.

Onde o posso instalar?

O relé RGU-10A é a proteção tipo A mais completa para garantir a segurança das pessoas e assegurar a continuidade de fornecimento em instalações elétricas.

O seu sistema ultraimunizado garante que apenas ocorrerá um disparo quando for totalmente necessário, evitando perdas económicas devido a disparos indesejados.