Circutor | 23 de Maio de 2022
Instalar corretamente um equipamento não é uma tarefa simples, pois há muitos aspetos a ter em conta para garantir o seu correto funcionamento. Um desvio mínimo pode ter impacto nos valores medidos pelos equipamentos. Quais são os aspetos a ter em consideração? Que problemas podem aparecer? É importante ter todos os dados para prevenir contratempos e, caso já tenham surgido, saber solucioná-los.
Neste artigo, explicamos quais são os problemas mais frequentes na instalação de equipamentos para medir parâmetros elétricos, que consequências têm e como solucioná-los.
Ilustração 1. Diagrama Fasorial de Tensão-Corrente
Problema 1: Correspondência de fases
Como se pode observar na ilustração 1, as tensões e as correntes de cada fase correspondente têm de ter a mesma defasagem em todos os casos para poder garantir o correto funcionamento da instalação. Para que os dados que fornecem estejam corretos, os equipamentos encarregados de medir parâmetros elétricos têm de estar instalados de tal forma que as tensões e as correntes se correspondem com os seus ângulos pertinentes.
Ilustração 2 Cablagem incorreta de um equipamento de medição
Na ilustração 2 pode-se observar de que forma um equipamento de medida pretende medir a tensão e a corrente das 3 fases de uma instalação trifásica, mas dois dos cabos encarregados de medir a tensão tomaram como referência uma linha incorreta. Como tal, a linha 3 mostrará os dados corretos, já que mede a tensão e o corrente proveniente da mesma fase. Por outro lado, as medições das fases 1 e 2 estarão incorretas, uma vez que a corrente e a tensão não correspondem à mesma fase e há uma defasagem de ângulos.
Esta má ligação comporta uma medição incorreta de parâmetros bastante relevantes. Por exemplo, a potência, o cos phi, o fator de potência ou as energias.
Imagine que tem de ir medir uma instalação para poder instalar uma bateria de condensadores. Uma incorreta medição do fator de potência poderá fazer com que instalemos uma bateria de condensadores com capacidades desnecessárias ou muitas reduzidas.
Outro exemplo: temos de fazer uma medição para a instalação de um software de gestão energética. Se medirmos incorretamente uma potência, os equipamentos para gerir dados serão configurados com erros. E isso pode resultar até em penalizações económicas.
Ilustração 3 Instalação incorreta de sensores de corrente
Problema 2 Erro nos sensores de corrente
Instalar incorretamente os sensores de corrente incorretamente pode representar uma leitura de dados bastante diferente da real. Como se pode observar na ilustração 3, a linha 3 tem um sensor de corrente (um transformador, umas pinças, etc.) que está colocado na direção contrária à da corrente.
Partimos da base de que o consumo de uma instalação tem como referência a soma das correntes das linhas. Se uma delas tem o sensor de corrente ao revés, significa que a corrente gerada é medida como consumida, ou vice-versa. A consequência seria um dado relativo à corrente afastado da realidade.
Damos outro exemplo: vamos realizar uma instalação de sensores de corrente, como a da ilustração 3, e por cada linha circula um corrente de 5A. Em geral, o consumo da instalação é de 15A, pois a soma de correntes das 3 linhas é de 5 + 5 + 5 = 15A.
Neste caso concreto, como o sensor de corrente da linha 3 está colocado ao revés, verificaremos que consumimos uma corrente de 5 + 5 – 5 = 5A. Este pequeno erro pode gerar uma medição uma terceira parte menor do que realmente é.
Se confiássemos na certeza destes dados, geriríamos a potência de uma forma que poderia acarretar sanções económicas por um excesso de conexão de cargas. Por outro lado, se nos apercebermos do erro na medição, deveríamos ir à instalação, inverter a direção dos sensores de corrente e voltar a medir.
Ilustração 4 Pinças FLEX Circutor
Problema 3 Configuração de pinças de corrente
As pinças de corrente podem ser configuradas para trabalhar em várias categorias de corrente. São capazes de medir a partir de um valor mínimo, mas são estabelecidas categorias para garantir que medem com a precisão estabelecida pelo fabricante. Medir uma corrente com pinças que estejam fora do intervalo de configuração estabelecida pode reduzir consideravelmente a precisão da medição. Portanto, é fundamental que a corrente que circula pela cablagem a medir se encontre dentro da categoria de corrente estabelecida pelo utilizador.
Esta tabela mostra a corrente mínima e a categoria de corrente das pinças FLEX - Circutor.
Corrente mínima [A] | Categoria de corrente [A] |
1 | 10 ... 100 |
10 | 100 ... 1000 |
500 | 1000...10000 |
De seguida, comentamos alguns exemplos, tendo como referência estes valores:
MYeBOX, Analisador de redes portátil trifásico com registo de eventos de qualidade e transitórios
Em suma, é evidente que uma ligação incorreta representa uma medição errada dos parâmetros elétricos. Mas há muitas mais consequências indiretas. Uma ligação incorreta significa que um utilizador terá de deslocar-se ao local onde o equipamento se encontra para podem alterar a ligação, com as correspondentes despesas de deslocação, mão-de-obra e tempo. Se a empresa estiver relativamente perto, a despesa não é relevante. Mas se, por exemplo, se localizar num país estrangeiro, este custo aumenta consideravelmente.
Felizmente, os equipamentos de CIRCUTOR permitem configurar a correspondência de fases, estabelecer a direção de medição de corrente e mudar a configuração das pinças de corrente, de uma forma totalmente remota. A partir de um software instalado no mesmo PC do utilizador, chamado Power Studio, pode ligar-se aos equipamentos em qualquer parte do mundo e realizar múltiplas configurações. Deste modo, é possível solucionar qualquer problema de medição como os aqui descritos, que são os mais frequentes no setor. Assim, conseguirá poupar em despesas desnecessárias e obter eficiência.
Por fim, embora as consequências negativas de experimentar erros na medição sejam muitas, na CIRCUTOR permitimos que sejam fáceis de evitar e, caso não seja possível evitá-las totalmente, minimizá-las.
ESCRITO POR CIRCUTOR