Circutor | 7 de Julho de 2022
Na CIRCUTOR deparamo-nos frequentemente com instalações que apresentam problemas de disparos nos diferenciais, o que leva a perturbações e paragens nos processos de produção e que, em algumas ocasiões, chegam a ser críticos. Perante estas circunstâncias, é indispensável dispor de informação básica da instalação para poder fazer uma análise completa das causas dos disparos. Só assim é possível encontrar a melhor solução de uma forma rápida, eficaz e, certamente, segura.
Esperamos que o que iremos descrever em seguida lhe seja útil para pôr fim aos disparos nos diferenciais das suas instalações.
Em primeiro lugar, quando uma instalação apresenta disparos intempestivos de diferenciais é imprescindível que reúna a seguinte informação:
Margem de disparo entre 85% - 100% da sensibilidade.
Resposta de frequência com filtragem de fuga de alta frequência.
Mais imunidade a transistores de rede até 3 kA para impulsos de 8/20 μs
Também pode ser bastante útil conhecer a casuística quando se produz o disparo: é completamente aleatório?, em que momento se produz?, a uma hora concreta do dia?, quando começa um processo concreto? Às vezes, podemos relacionar o disparo com uma causa-efeito.
Se o diferencial que dispara é um sistema indireto (ou seja, relé + transformador) e as correntes começam a alcançar certos valores (>400A), é bastante útil verificar como os cabos de potência estão passados por dentro do transformador. Uma disposição medíocre, com os cabos pouco centrados ou embutidos devido à escolha de um transformador demasiado pequeno, ou com cotovelos perto do centro do transformador, pode afetar de forma determinante a medida de corrente de fuga, originando estes disparos falsos.
Por último, embora não menos importante, é também útil conhecer o valor de fuga com que o diferencial dispara. Esta informação só está disponível quando o diferencial dispõe de display ou comunicações, já que alguns dispositivos (como a família RGU de CIRCUTOR) guardam o valor do último ciclo antes do disparo. Este valor pode dar-nos pistas muito importantes para descobrir a origem do problema.
RGU-100B Relé de proteção e monitorização diferencial de tipo B
Visualização e monitorização em tempo real: Fuga em alternada + Fuga em contínua= Fuga total
Sempre que possível, também será útil tomar medidas com um analisador portátil dos parâmetros elétricos da instalação. Bem como medir a corrente de fuga naqueles circuitos que apresentem os problemas.
MYeBOX Analisador de redes portátil trifásico com registo de eventos de qualidade e transitórios
Seguir estes passos dar-lhe-á a informação necessária e pode ajudar a comprovar se a escolha das sensibilidades, os tempos de atraso e o tipo de diferencial são adequados para o tipo de carga que estão a proteger. Também faz com que seja comprovar que a seletividade vertical cumpre as condições amperimétricas, cronométricas e de tipo que são necessárias para evitar disparos em subquadros ou quadros gerais.
A análise de toda esta informação dá-lhe algumas luzes sobre o assunto e pode ajudar a encontrar a melhor solução.
ESCRITO POR CIRCUTOR