Automatização e gestão remota de instalações

Circutor | 14 de Novembro de 2023

Sobre a automatização e gestão remota de instalações

Em geral, a monitorização remota de instalações faz referência à gestão e ao controlo de um ou mais centros a partir de uma localização centralizada. Na maioria dos casos, isto inclui a implementação local de um sistema de vigilância que captura dados de sensores e de um software onde são enviados e analisados ditos dados.

Mais especificamente, a solução para a gestão remota de instalações necessita de ter a capacidade de crescer, em número de instalações monitorizadas, de forma ágil e eficaz. Isto inclui ter painéis de controlo e dashboards centralizados completamente adaptáveis ao número de instalações controladas.

Situação inicial

Neste caso de estudo, centrar-nos-emos no projeto da emblemática Escola Pia de Terrassa levado a cabo pelo nosso partner BIO-DAT.

Para uma adequada gestão de uma instalação, a estratégia deve estar sempre dividida num mínimo de duas fases.

A primeira, tanto por ordem cronológica como por ordem de importância, é a monitorização, a qual se baseia na instalação de dispositivos de captura de dados adequados de acordo com a necessidade do projeto.

Nesta fase, incluem-se os medidores de consumo elétrico, os contadores de água com saída de pulsações, os controladores de processos de fabrico, os sensores de temperatura e humidade, a instalação de sondas analógicas, etc. As metas do nosso projeto determinarão o tipo e a quantidade de dispositivos de monitorização a instalar, sendo chave realizar um estudo prévio para fixar os objetivos da gestão.

A segunda fase é o controlo, o qual só pode ser executado de forma correta após um período de monitorização e análise dos dados obtidos. A estratégia de aplicar as mesmas regras de controlo a todas as instalações a gerir não só fornece resultados adequados se o compararmos com o estudo caso a caso sobre qual seria a melhor atuação programada, incluindo atuações horárias e condicionais.

Dado o cenário contemplado, em todo o estudo devem ser fixadas metas e objetivos. Estes diferenciam-se em dois blocos:

Curto prazo
  • Monitorizar os parâmetros mais importantes
  • Validar os valores recebidos por cada um dos sensores instalados
  • Agrupar os dados por zonas e utilizações
  • Desenhar painéis de controlo e dashboards funcionais
  • Definir condições de alarme por mau funcionamento ou desvio de parâmetros.
Longo prazo
  • Monitorizar parâmetros secundários
  • Definir horários de funcionamento dos elementos a controlar
  • Colocação em andamento de controlos condicionais para fixar consignações e parâmetros de configuração
  • Analisar, com base em grupos de dados e ferramentas de comparação em tempo, o período anterior à instauração do controlo e o período posterior

Solução aplicada

Uma vez definidos os objetivos, é necessário passar à ação, e isso implica escolher os dispositivos e as comunicações adequadas para levar a cabo cada projeto.

No caso da Escola Pia de Terrassa, foi tida em conta a grande extensão e os desníveis do terreno, e ainda a elevada dificuldade e custo de cablar toda a instalação. Sobre plano, a solução adequada foi definida sob estes critérios:

Para a monitorização de parâmetros instantâneos, é necessário instalar dispositivos cablados aos quais possamos aceder de forma rápida mediante comunicações industriais como, por exemplo, Modbus RTU ou Modbus TCP. Para este projeto decidiu-se instalar Pick VPN como gestor da instalação e SEM Three para a monitorização de consumos elétricos.

Por outro lado, para o controlo de elementos não críticos, podemos optar por comunicações inalâmbricas de longo alcance como, por exemplo, LoRa. Ditas comunicações fornecer-nos-ão a capacidade de enviar ordens de forma inalâmbrica até distâncias superiores a 15 quilómetros em exteriores e 1 km em interiores. Com o objetivo de se utilizar um único protocolo de comunicações, optou-se por Bridge LR como conversor de RS-485 Modbus para LoRa, e Line-M-4IO como elemento para agir sobre a rega, a iluminação e a ventilação do centro.

Em seguida, poderemos observar o esquema de monitorização e controlo remoto desta instalação. Mostramos, em detalhe, como misturamos, sob uma mesma rede de dispositivos, os sensores cablados e os inalâmbricos, bem como os sensores encarregues de monitorização e os de controlo:

Resultados

Finalmente, nos resultados do projeto é onde conseguimos verificar o impacto real do sistema de monitorização e controlo DataBox na instalação.

Em referência ao controlo, a melhoria foi instantânea devido a passar de um sistema manual para um sistema 100% automatizado, gerindo a duração exata de cada processo e sem deixar margem de erro para a atuação humana.

Na mesma linha encontramos a gestão e a prevenção de alarmes, ativando um sistema de vigilância constante de todos os circuitos críticos para evitar avarias e possíveis penalizações de potência e energia reativa.

Finalmente, e em estreita relação com os resultados anteriormente mencionados, temos as poupanças globais. A monitorização de consumo elétrico permitiu detetar uma potência contratada acima das necessidades do centro e reduzir dita contratação para níveis adequados.

Em seguida, o quadro-resumo dos resultados:

Completa automatização de processos manuais incluindo o ligar/desligar de circuitos em diferentes horários.

25% de poupanças com base na redução da potência contratada, as não penalizações em reativa e o controlo da duração dos processos programados.

Monitorização de alarmes em tempo real para prevenir avarias e paragens em iluminação, rega e ventilação, e as penalizações na fatura elétrica.

ESCRITO POR CIRCUTOR

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